sábado, 11 de dezembro de 2010

Meio-campo e circulação

A importância do meio-campo para o padrão triangulado da circulação da bola. Pontos de apoio para entrada da bola. Ajustamento para poder receber. Aquilo que permite obter redundância e regularidade, manifesta por variabilidade contínua.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Detalhes de Mourinho

Seguindo quem anda a top, e ganha, é indispensável não perder a oportunidade e ter muita curiosidade em procurar perceber os muitos porquês destas anotações que Mourinho, casualmente ou não, deixou no banco de suplentes depois do jogo com o Hercúles.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A diferença de Hulk

A minha ideia de um bom extremo é que a equipa consiga tirar seu máximo proveito.
Muitas vezes através do aproveitamento da vantagem que é criada pela circulação de bola. O que Hulk fazia com o espaço que lhe criavam é diferente do que faz neste momento, a operacionalização de uma ideia de maior qualidade (complexidade) faz com que ele, em termos individuais, já contemple mais coisas quando tem a bola.

Por exemplo fazer um PASSE - com intencionalidade - para golo, quando aquilo que fazia antes era justamente contemplar o remate para a baliza.




Neste caso, o sub-sub princípio, aquilo que na forma de jogar da equipa é o detalhe é fundamental para que os grandes princípios se concretizem colectivamente. O detalhe é ver o jogo - os colegas, os adversários, enfim, as circunstâncias - para conseguir decidir com sentido. Porque ele não «mandou para lá a bola» ...




sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Relembrar para SEMPRE


Sugestões:
. ver em ecrã completo e com bom som
. reparar bem nos comentários (exemplo, no minuto 3,36 de jogo) «obviamente estoy soñando!»

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Saber ouvir

«... o mais importante foi o FC Porto ter demonstrado equilíbrio e controlo emocional. Se tivessemos perdido o equilíbrio, entraríamos num jogo que não é o nosso e se calhar não tinhamos ganho. No nosso estilo de jogo a pausa é tão importante como a pressa. Os restantes golos vêm na sequência desse equilíbrio.»

André Villas Boas

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Opinião


Johan Cruyff

domingo, 15 de agosto de 2010

Nem bestas nem bestiais

Acalmar euforias
Em termos gerais não posso dizer que tenha ficado totalmente satisfeito com a exibição do FC Porto no jogo da Supertaça. Também tenho a consciência que fazer mais do que o que foi feito era bastante difícil: pelo valor do adversário e pelo pouco tempo de processo que a equipa tem. Digo que não fiquei totalmente satisfeito porque as minhas grandes expectativas para esta equipa centram-se na sua Organização Ofensiva e aquilo que mais de impressionou no Sábado foi a forma como a equipa se organizou defensivamente, sobretudo com a bola no meio-campo do Benfica e na Transição Ataque-Defesa.
Ainda temos muito para crescer na Organização Ofensiva, tenho a expectativa que vamos ser uma equipa que vai sair a jogar desde trás, que vai jogar com um jogador no meio-campo que é a referência de toda a Organização e que vai utilizar os extremos não só para atacar a baliza adversária, mas para fazer o campo sempre muito aberto e muito profundo e a partir daí sustentar a sua posse de bola, ou seja, pensando nos extremos como um ponto de partida e um ponto de chegada simultaneamente. E disto tudo, só vi acontecer a espaços o Varela ser um extremo como eu gosto: saber quando atacar o espaço e aproveitar vantagem, saber quando atrair o adversário para libertar outros colegas e saber quando entregar a bola ao primeiro toque.
Mas na minha opinião, o grande problema foi a dinâmica na Transição Defesa-Ataque. Não fechando os olhos à eficiência do Benfica na pressão em primeira instância quando perde a bola, o Porto teve bastantes dificuldades em conseguir transitar. Muitas vezes a equipa nem conseguia ter eficácia no primeiro passe e havia logo perda de bola, colocando o FC Porto em «contra-transição».

Picareta ou Implosão
Mesmo assim constatou-se uma coisa bastante interessante e que só prova a importância de desde o primeiro dia começar a trabalhar a ideia de jogo e nunca perder tempo com coisas que não tem a ver com a Organização do jogar.
O prof. Vítor Frade costuma utilizar uma metáfora interessante que pode ser transferida para a diferença mostrada no Sábado entre as duas equipas. Quando queremos mandar um grande edifício abaixo temos diferentes formas de o fazer: uma delas com uma picareta, outra por implosão.
Com 5 semanas e pouco de trabalho o FC Porto mostrou ser uma equipa organizada, com muita qualidade defensivamente e com muita agressividade e eficácia. A atacar não tanto, mas o suficiente organizada para ganhar e mostrar ser muito melhor.
Com mais semanas de trabalho o Benfica mostrou-se sem soluções para resolver os problemas Tácticos, mais desorganizado.
A diferença está entre fazer as coisas com a picareta e por implosão.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Análise FC Porto - Benfica

Como se poderia esperar, foi um jogo com tendência para o plano estratégico se sobrepor aquilo que está a ser construído no processo de Treino-Competição. No entanto com duas diferenças entre as equipas: o Benfica perdeu com isso e o FC Porto tirou vantagem a partir daí.
As razões para isto prendem-se, na minha opinião, com o saber tirar partido do plano estratégico sem retalhar em demasia aquilo que é a matriz do jogar: ou seja, sem desfigurar a identidade.

No Benfica a opção por Coentrão no meio-campo pareceu-me desajustada. Em termos de relação, o Coentrão a médio é diferente do Coentrão defesa esquerdo, tal e qual como a equipa é diferente. O Fábio Coentrão é um excelente defesa esquerdo, porque defende muito bem nos duelos com os adversários e está cada vez melhor a defender quando a bola está em segunda instância. Em termos ofensivos é muitíssimo importante porque cria desequilíbrios quando fura por fora e também quando fura por dentro. Atrai adversários e cria desequilíbrios. Passes para golo. Coberturas no meio-campo adversário para permitir continuar a jogar. Num plano individual, perspectivando o duelo com Hulk, Coentrão é bastante melhor que Peixoto nos duelos.
Posto isto, a vertigem estratégica de dar mais largura ao meio-campo com Coentrão a médio esquerdo mexeu bastante na identidade do Benfica.

Ao contrário, no FC Porto o plano estratégico ver aumentar a complexidade (e logo a qualidade) do seu jogar. Porque durante a semana de preparação do jogo com o Benfica o estratégico, como nunca é mais importante do que o núcleo duro do jogar, é abordado sempre em pequenas percentagens diariamente, ou seja, ao contrário do que se possa pensar, com Villas-Boas nunca há um treino predominantemente estratégico.

Apresentando o FC Porto uma intenção prévia de em Organização Ofensiva tirar o máximo proveito dos extremos, para criar desequilíbrios ou para atrair o adversário para criar espaços noutras zonas do campo e de jogar em posse de bola no campo todo, quer desde trás, onde se tenta sair em condução para atrair o adversário, quer perto da baliza adversária onde não há vertigem para terminar a jogada o mais rápido possível já foi possível observar a concretização sistemática de alguns desses princípios.
Onde a equipa demonstrou mais eficiência foi na tentativa de criação de desequilíbrios através do máximo proveito dos extremos, principalmente com o Varela. Quer quando o Varela provocava o adversário (em condução de bola, em drible) para libertar Belluschi ou Moutinho, Álvaro Pereira e Falcao, quer quando recebendo a bola em condições de Espaço(+ tempo) vantajosas ataca o adversário desequilibrado.

Por outro lado, o Hulk não esteve tão bem como o Varela, claramente porque as suas naturezas são bastante diferentes e em função disso Hulk precisará de mais tempo de aculturação à nova ideia de jogo ... treinando e jogando. Mesmo assim, já se conseguiu ver novas intenções no Hulk, por exemplo de atacar o espaço para passar a bola, sobretudo no início do jogo quando as ideias do treino estão mais «frescas».

No entanto, a sair desde trás em provocação o FC Porto ainda não mostrou eficiência. Nem se aventurou a fazê-lo muitas vezes, sinal que não se sente cómodo. Face ao adversário, face ao pouco tempo de processo e por causa dos jogadores (da falta deles e da incerteza que os ter no plantel ou não) nas posições de defesa-central e pivô. Para além disso, o Fernando (ainda?) não é um pivô.

Assim sendo, incorporado nesta matriz da equipa que aqui em cima levemente se caracteriza, acentuaram-se alguns ajustes estratégicos que criaram problemas à Organização do Benfica e, mais importante até, não criaram problemas à Organização do FC Porto.
Por exemplo a entrada da bola para finalização para zonas mais atrasadas, geralmente em situações de cruzamentos, para jogar em antecipação aos defesas do Benfica e para aproveitar o espaço entre eles e Airton. Entre muitos exemplos, o lance do segundo golo.

Outro exemplo de como o FC Porto contemplou o lado estratégico para tirar proveito disso e não prejudicou a dinâmica da sua própria equipa foi no explorar através de bolas em profundidade do espaço entre a defesa e o guarda-redes, para tirar proveito quer da péssima qualidade de Roberto a sair da baliza quer do facto da linha defensiva do Benfica desequilibrar-se (com Ruben Amorim) e demorar a recuperar posição (Luisão e César Peixoto).

A diferença entre o plano estratégico que faz parte das relações que emergem o Táctico e o plano estratégico descontextualizado(r).

segunda-feira, 12 de julho de 2010

»Mais que um estilo»

Impõe-se que o Campeão do Mundo seja Modelo… ainda bem que foi a Espanha!


«Éstoy convencido de que se perpetuará el estilo. Y más ahora tras este éxito lunático. De los actuales jugadores, solo veo fuera del próximo Mundial en Brasil a Puyol y Xavi, por edad. Es previsible que las canteras desarrollen este modelo. El éxito siempre cala.»


José Samano (“El País”)


«La selección ha sabido absorber lo mejor del fútbol del siglo XIX, el "fútbol asociación", donde el grupo es siempre más importante que lo individual, y el resultado colectivo prima sobre los destellos de las grandes estrellas. No solo España logró rescatar la vieja corriente futbolística.»


Diego Torres (“El País”)


«Como una orquesta perfecta, sin desatinos ni desafinados, el equipo de Vicente Del Bosque mantuvo el mismo compás durante todo el torneo, cuando la derrota ante Suiza pedía en la prensa un crescendo o cuando la ansiedad del gol que no llegaba exigía piano en sus músicos. "Jugó tan bien como equipo que los individuos se fundieron en la combinación. La figura española no fue un hombre…"»


Diego Torres (“El País”)


«Esta final ha prestigiado el fútbol de calidad, el juego ofensivo y de ataque.»

«Este título tomó impulso en junio de 2008 con la conquista de la Eurocopa. El Mundial ha sido la continuación del trabajo que hizo aquella gente. En la selección hemos intentado conservar la herencia buena que recibimos sin borrar el pasado y siguiendo la línea marcada, independientemente de introducir gente nueva en el equipo, lo que, por otra parte, es inevitable.»


Vicente del Bosque


«Finally, Spain prevailed, 1-0, over the Netherlands with great patience and an accustomed sense of drama in the 116th minute by the goal-scoring wing Andrés Iniesta, taking its first World Cup title. The Dutch intended to take Spain away from its graceful passing game. And they frequently did, sometimes with brutal intent. Still, Spain showed hardness of its own, becoming unnerved at times but never discouraged.»


Jeré Longman (“New York Times”)


«A Espanha entra num jogo, agarra-o e raramente permite que o adversário partilhe o prazer de ter a bola. Sai para o ataque já a pensar o que fará quando a bola, por instantes, deixar de ser sua.»

Luís Sobral
(“Mais Futebol”)

«As much as I'd love to have played in a World Cup final, I'm not sure I would've liked to play against this Spain side! They keep the ball so, so well and like Sir Alex Ferguson
said, they get you on a carousel and you just end up going round and round in circles trying to get the ball off them.»


Jamie Redknap
(“Sky Sports”)

«Um percalço no primeiro jogo do Mundial não impediu que La Roja fizesse uma campanha fabulosa com constantes demonstrações de força, classe e um futebol capaz de maravilhar e criar unanimidade, porventura a coisa mais difícil de colher no universo futebolístico. As razões para este fenómeno espanhol não se resumem aos fantásticos jogadores de que dispõe. É muito mais que isso…»

João Rodrigues
(“Record”)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Pensar Portugal

Portugal regressa mais pequeno do que partiu

«A selecção portuguesa não demonstrou, em momento algum, convicção. Já nem falo em qualidade futebolística. Penso apenas em fé na capacidade própria e na possibilidade de incomodar o adversário, desequilibrá-lo, fazer-lhe mal. E eles, percebeu-se na forma como festejaram no fim, tinham dúvidas. Era «só» encorajá-los a reconhecê-las.

Recordo o posicionamento de Portugal com a Espanha e o Brasil e pergunto-me como foi possível ter chegado aqui. Correndo o risco de ser injusto, acho que a liderança de Carlos Queiroz está a trazer a selecção para um local que tinha abandonado há muitos anos. E isso é capaz de ser grave.

Neste Mundial, quando tivemos de enfrentar os melhores adversários, fomos pequenos. Como noutros tempos, quando entrávamos em campo convencidos de que os outros eram muito melhores do que nós e jogar de igual para igual era algo impensável. Aliás, olhos nos olhos só enfrentámos Costa do Marfim e Coreia do Norte. E é assim que vamos.

Nunca pareceu que a selecção desejasse mais do que sair de cabeça erguida, na expressão, também ela pequena, do seleccionador. Passámos muito tempo atrás, na esperança que Ronaldo surgisse lá na frente, por entre o nevoeiro, e resolvesse. Aparentemente, foi para isso que nos preparámos durante semanas.

Não queríamos uma coisa diferente e, sejamos honestos, não merecíamos mais. Lamentavelmente, voltamos para casa mais pequenos do que partimos. Era o pior desfecho.»

Luís Sobral

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ALEMANHA

Como ideia geral há um princípio muito manifesto a partir de onde tudo se concretiza: posse e circulação de bola.
A partir deste princípio de jogo emergem duas dinâmicas de criação e aproveitamento dos espaços, a atracção por jogo interior e a excelente temporização do ritmo da circulação da bola.

Estruturada a partir de um 4x2x3x1, a Alemanha jogando no interior do adversário criava sucessivamente espaços. O princípio é entrar com a bola no meio para atrair. Com uma sucessão de paredes (passe e devolução) e de pontes (3º homem) os jogadores da Austrália eram atraídos a fechar-se na zona da bola e assim a libertar espaços que depois eram aproveitados pela Alemanha. Por exemplo, os centrais Mertesacker e Friedrich a tocar com os médios, Schweinsteiger e Khedira a partir de trás, em paredes sucessivas forçavam o adversário a sair à bola. Em paredes umas vezes, em pontes outras, entrando de Mertesacker para Ozil voltando para Schweinsteiger por exemplo, atraía a Austrália, e assim libertavam-se espaços que eram aproveitados pelos quatro jogadores da frente.
Muitos jogadores a pedir para a bola entrar para finalização e tanto Lahm como Ozil com muita qualidade a meter passe para esses jogadores. As desmarcações circulares, trazendo o adversário ao encontro da bola para simular e pedir a bola em profundidade permitiam que o timing da desmarcação fosse sempre o ideal, fazendo com que a bola entrasse e nunca houvesse fora-de-jogo. Porque havia interacção de quem tinha a bola e de quem a pedia.

No momento de entrada da bola era concretizado principalmente por um jogadores que se encontrava de frente para o jogo. E tem a ver as duas dinâmicas que se fala no início: circulação e temporização. O jogo em «W», ir à frente para vir atrás para voltar a ir à frente em toques curtos permitia variar o sentido do jogo e estar constantemente a receber a bola de caras.
Recebendo a bola de frente, existindo a oportunidade de ver o jogo antes de receber a bola, o campo é grande. Abrem-se possibilidades de entrada da bola, isto porque a bola é pedida constantemente pelos jogadores da frente nos timings ideais. Lahm foi muito importante na entrada da bola e na temporização da circulação da bola. A gestão das diferentes velocidades a dar ao jogo, gerindo o ritmo para atrair ou para entrar para golo, estando a diferença relacionado se metia passe no pé ou no espaço. Por exemplo, as situações de condução interior para atrair o adversário, libertando Muller por fora e os médios centro atrás - que iriam receber de frente - ou o meter passe de primeira para Ozil nas entre linhas eram condicionadas em função do critério que as duas dinâmicas ofereciam. Schweinsteiger também recebia a bola bastantes vezes, e muitas de frente para o jogo, e quando o fazia também era benéfico para a dinâmica da equipa porque ele oferecia um registo diferente à circulação da bola: passe interior, passe longo para segunda estação e condução de bola, para além do remate de longe, que não aconteceu.

No momento da finalização aparecem sempre quatro zonas ocupadas pelos médios e pelos avançados. O critério é o princípio de jogo posicional e as circunstâncias.
No primeiro momento do jogo - nas saídas de bola pelo guarda-redes, nas faltas ou nos lançamentos laterais - o princípio de posse e circulação de bola era claramente manifesto. Nas transições defesa-ataque a mesma ordem: a intenção de manter a bola e circulá-la para atrair o adversário, no entanto com uma condição: no meio-campo adversário.
Assim, o primeiro passe era muitas vezes vertical, acompanhado por uma desmarcação agressiva para esticar o jogo. Ou seja, num primeiro momento havia uma aceleração do ritmo, com uma intenção, a instalação no meio-campo adversário. Depois da entrada da bola no meio-campo adversário, havia temporização - passe recuado muitas vezes - para manter a bola e começar a atrair. Não por etapas mas dentro desta lógica. O prazer de ter a bola, mérito de Low e dos jogadores que escolheu, como princípio de jogo negava a procura «louca» pelo contra-ataque. No entanto, com a entrada de Cacau e Marin, mais descontextualizados, o ritmo mudou e tornou-se mais frenético fazendo com que o princípio de posse não tivesse tanta eficiência.

Em conclusão, a dinâmica da Alemanha, assente num princípio de posse e circulação da bola, para que a partir da sua utilização se possa atrair o adversário e libertar espaços e timings de entrada da bola para finalização. Isto pelo aparecimento no momento certo de Muller, Podolski, Ozil e Klose, apoiados por um jogador que recebia a bola de frente para o jogo e assim aumentava a velocidade para entrada da bola. Ao invés, se o timing de entrada se fechasse, a equipa, pelo prazer de ter a bola e pela redundância que apresentou tinha qualidade para voltar a circular para atrair e a criar espaço novamente.

Simples? Talvez. Se não se perder tempo com máquinas de musculação e se não se jogar com o Pepe no meio-campo talvez seja mais fácil de se alcançar ...

Saber ouvir

«Divertimo-nos a jogar futebol. Sei o que podemos fazer e estou muito feliz com este resultado. Ganhámos o respeito de todos. Estou muito contente, porque fizemos boas trocas de bola e demonstrámos muita velocidade.»

Joachim Low, parabéns.

domingo, 13 de junho de 2010

MÉXICO

Como ideia geral, pareceu-me que o México de Javier Aguirre tem uma intenção de jogo interior, de entrada da bola entre-linhas, para criação de desequilíbrios. Ao mesmo tempo, também senti que não tem jogadores na defesa com eficácia suficiente para criar uma eficiência dominadora e que possa vencer contra adversários mais fortes.


Para a concretização desta ideia, há uma grande primazia à saída em posse a partir de trás. Como elemento fundamental dessa subdinâmica, e talvez a razão para Aguirre ter esta intenção é Rafael Marquez.
No momento da recuperação da bola e em Organização Ofensiva, a intenção é sair em construção a partir de trás. Construção que pode passar por condução para atrair, no entanto, é feita com pouca eficácia. Para a concretização desta intenção Rafa Marquez recua no terreno e cria-se uma linha de três atrás, isto porque os laterais, Salcido e Aguillar projectam-se em profundidade.




Com o recuo de Marquez, no meio-campo, Giovani dos Santos procura buracos para poder receber e a partir daí criar desequilíbrios. Torrado e Juarez ajustam-se para poder receber a bola, mas sobretudo para não taparem Giovani.
No entanto, é aqui, no momento de entrada da bola, que o México sente mais dificuldades, isto porque os centrais, à excepção de Marquez, não têm qualidade de passe e de temporização para entrada da bola no interior da equipa adversária. Por exemplo, um dos centrais, Rodriguez, mais limitado em passe, quando se «atrevia» a entrar com a bola fazia-o sempre para o corredor lateral, em passe longo. Marquez, ao contrário, tem qualidade suficiente para ter variabilidade de entrada no interior e por fora, por «janelas» ou por «portas».
Isto faz com que a ideia de jogo do México seja muito suceptível de ser abalada. Sobretudo em jogos contra a França e contra o Uruguai, onde, previsivelmente, os defesas-centrais do México vão ser mais pressionados.


Em Organização Defensiva, Aguirre talvez percebendo que muitas das carências do México nas últimas grandes provas nasceu da defesa a três, a intenção passa por defender em 4x3x3, conseguindo assim mais coberturas interiores e jogadores em protecção de 2ª estação, sobretudo em cruzamentos adversários ou variações do flanco de jogo.

Mundial 2010



Nos próximos dias, Rui Sá Lemos e João Baptista passarão a escrever sobre as equipas, os jogos e os acontecimentos do Mundial da África do Sul.

domingo, 16 de maio de 2010

Saber ouvir



«Caminho para a vitória: ser protagonistas, procurar e assumir o jogo»

«Sou um fã absoluto do jogo de ataque, simplesmente por uma questão muito primitiva»

«Porque tenho a bola e estou no meio-campo contrário estou mais tranquilo»

Pep Guardiola

domingo, 25 de abril de 2010

Saber ouvir

"Me volvió a asombrar el juego impecable y hermoso de Xavi, cómo maneja los tiempos, cómo conoce el juego para regularlo casi a su antojo, qué precisión en los pases, como quita por anticipación y llega para poner pelotas de gol, o él mismo llegar al gol. En fin un jugador de todos los tiempos y de toda la cancha"

Ángel Cappa

terça-feira, 6 de abril de 2010

Uma opinião



Verdadeiramente MODELO DE JOGO

Há bem pouco tempo, em conversa com um amigo e Coordenador Técnico da Formação de um clube ouvi um desabafo que, mais sílaba menos sílaba, versava o seguinte: O Dep. de Formação está já identificado com uma ideia de jogo, uma ideia de organização, uma cultura própria, o potencial começa a manifestar-se sob a forma de miúdos de 17, 18 e 19 anos com capacidades muito acima da média (alguns dos quais eu conheço pessoalmente muito bem, pelo que assino por baixo), mas o PROCESSO esbarra sempre no momento de culminar o dito processo, ou seja, no aparecimento desses jogadores na equipa sénior. Razões?!?!? Lembrei-me logo, no acto, da urgência dos treinadores em ganhar e consequente falta de tempo e estabilidade contractual para ponderar sequer o desenvolvimento desses jogadores. Acto seguido, falou-me da incoerência (e muitas vezes incompatibilidade) entre as ideas de jogo dos sucessivos treinadores de 6b meses da equipa sénior e aquelas que, durante anos, são preconizadas na Formação. As ideias chocam em conteúdo, em forma, em duração... Em demasiadas coisas!
Esta conversa encorajou-me a fazer um esforço para sintetizar, em 2 capítulos por uma questão prática, mas com um tema só, a raíz deste problema nas linhas que se seguem. De frisar (nunca é demais) que esta é a MINHA visão sobre o problema.

1) O PROBLEMA ORGANIZACIONAL.

FALTA DE UMA IDENTIDADE DE CLUBE. E quando falo em CLUBE não estou a falar da identidade da equipa sénior. Este problema começa no presidente do clube, passa pelos funcionários todos e termina no jogador não utilizado da equipa de pré-escolas e manifesta-se em questões de organização do próprio clube. Em 99,9% dos clubes existe o Departamento de Futebol e o Departamento de Formação. E eu pergunto: Isto não é, já de si, uma ideia estúpida? O Departamento de Futebol, se é de FUTEBOL, deve ser do Futebol TODO do Clube que incorpora em si a equipa sénior bem como toda a Formação. Mas na maioria (para não dizer totalidade) dos clubes há aí no meio uma fronteira. Começa logo por o chefe do Departamento de Futebol ser mais amigo dos empresários do que do Clube, não conhecer sequer quem são os treinadores que estão na Formação e durante toda a época não assistir a um único treino ou jogo dos Juniores, Juvenis, Iniciados, Infantis, Escolas e por aí adiante. E é essa fronteira, que muitos podem tentar legitimar com argumentos que me parece sempre que têm tanto de infundados, como de irracionais e em alguns casos até idiotas reveladoras de falta de conhecimento, que só causam prejuízo aos próprios clubes, que fazem com que tenham miúdos de 17, 18 e 19 anos com potencial para se tornarem profissionais mas não joguem, não se valorizem a si, aos seus passes e ao seu clube gerando sucesso e recursos ao CLUBE. Senão vejamos: A lei actual até protege e beneficia quem pense numa lógica coerente e promova o aparecimento desses jovens, mas continuamos aquém disto! Se ele ganha aos poucos lugar na equipa, se ele se destaca, se ajuda a equipa a ter sucesso e, em última análise (mas essencial quando se fala de clubes de dimensão média/baixa) se é transferido para clubes de dimensão superior, gera receitas importantíssimas para o Clube. E que fazer com essas receitas? Continuar a investir no Departamento de Futebol (em toda a sua extensão, se bem me faço entender) para tornar o Clube sustentável financeiramente e estável ao nível das competições que pretende disputar, seja II Divisão, II Liga, I Liga, Liga Europa ou Liga dos Campeões.
Ou seja, o processo só é PROCESSO, ser for um só e coerente. Não pode haver um processo para o Futebol e um processo para a Formação. Isso é uma aberração!!!

2) O PROBLEMA FUTEBOLÍSTICO

Quando se pensa em Formar, é ponto assente que tudo tem de ser equacionado a longo prazo. Ou seja, o PROCESSO de fazer chegar jovens à equipa sénior só é EFICIENTE se houver uma identidade de jogo. Se não houver coerência e uma identidade só os jogadores não aparecem? Aparecem, pois. A prova disso é o que temos vindo a fazer até aqui. Continuam a aparecer jogadores portugueses com qualidade. O PROBLEMA É QUE APARECEM POUCOS!!!! Daí termos mais de 50% de jogadores estrangeiros nas ligas profissionais. Se queremos ter mais jogadores portugueses de qualidade e clubes menos falidos temos de começar por definir uma ideia de Jogo para o Clube. E essa ideia deve estar ligada a um Futebol com a melhor qualidade POSSÍVEL tendo para isso de ter em conta a realidade dos miúdos que se tem actualmente nas várias equipas do Clube. Porque não existe UMA boa ideia. Existem ideias ajustadas ao contexto e que promovem desenvolvimento do mesmo e ideias inoperacionalizáveis, ou por outras palavras, más ideias. Se eu pego num Clube como o Lousada (perdoe-me o Clube pelo exemplo, mas preferi dar o caso de um Clube onde trabalhei) não posso ter um Modelo para jogar à Arsenal. Porque os jogadores que tenhos dos Pré-escolas aos Seniores não permitem AINDA. Tenho de começar por ideias que possamos IR CONCRETIZANDO, que estejam ligeiramente acima do que já podem fazer, para induzir superação, mas que sejam realistas. Porque um Modelo, para ser um bom modelo tem de ser actualizável, de poder sofrer evoluções. Porque se eu pego no Clube hoje e trabalho de forma coerente, passados 3 ou 4 anos, os 200 jogadores que tenho no clube dos 6 aos 30 anos já apresentam capacidades diferentes. E por isso as ideias têm de evoluir. Se calhar, aos fim de 7 ou 8 anos nesta lógica, um clube pequeno já pode jogar à Arsenal. Porque entretanto os jogadores evoluíram, o Clube começou a ganhar algum respeito, começou
a atrair mais e melhores jogadores... E por aí adiante. Daí a necessidade de ter também um Modelo de Treino e um Modelo de Treinador. É fundamental escolher treinadores de acordo com essa ideia desde os seniores até aos pré-escolas e iniciar o processo. Cada equipa não pode ser a quinta particular de cada treinador. As pessoas devem trazer conhecimentos para enriquecer a IDENTIDADE do Clube e não para a adulterar. Senão caem fora! Quando se fala de jogadores vem logo a ideia de EQUIPA à cabeça. Mas quando se fala de treinadores não deve ser igual? Evidentemente que sim. Uma verdadeira EQUIPA TÉCNICA só se comporta como tal se todos possuem um pensamento, em termos de jogo e de treino, que revela um padrão. O que é esse padrão? É a cultura de jogo de um Clube.

Por esta altura, atrevo-me a tirar da cabeça do leitor a ideia de que «Claro. A ideia é boa mas lá no meu clube pequeno isto é impossível. Sem dinheiro e com aqueles directores...». A parte do presidente
entendo, o resto não. Há um aspecto essencial para se ter sucesso num CLUBE que é ter um responsável máximo que seja honesto, organizado e que saiba delegar nas pessoas certas e depois defendê-las quando for necessário. A DIMENSÃO INICIAL DO CLUBE, NA MINHA OPINIÃO, É ABSOLUTAMENTE IRRELEVANTE PARA O SUCESSO. Ainda que peguemos num clube de bairro é possível. É POSSÍVEL!!! Se calhar vamos começar só com 40, 70 ou 100 miúdos, com seniores ou sem eles, tendo os jogadores que pagar 3 ou 30 euros por mês para serem jogadores do clube, ou os pais de serem sócios para o filho poder treinar e jogar, isto para garantir que temos treinadores (eles são o coração do processo) com qualidade suficiente para implementar as nossas ideias de clube e de jogo.
Quanto aos directores, se calhar temos de lhes explicar porque vamos fazer agora de forma diferente ao fim de 30 ou 50 anos de história de clube, temos de nos chatear com o roupeiro para que ele não proiba os miúdos de jogarem à bola no balneário desde que não partam nada, com o enfermeiro para que ele entenda que os miúdos não vai entar em campo cansados porque estiveram na brincadeira com a bola durante a concentração. Teremos se calhar de explicar aos sócios que é possível que os seniores possam descer da II Divisão para a III Divisão na fase inicial de implementação da NOVA IDEIA DE CLUBE porque os recursos financeiros precisam de ser canalizados para todo o Clube... Já sei... «Quem é que convence os sócios disso?» Eu repondo: Alguém que saiba comunicar as suas ideias, que saiba persuadir e agregar as pessoas à volta de uma ideia que tem no horizonte um futuro melhor para o Clube.
Em suma, Boas ideias e MUITO TRABALHO, E MUITA LUTA, mas é possível! Tenho essa convicção absoluta! Ao longo destes curtos, mas intensos anos em que vivo mergulhado no Futebol da cabeça aos pés já convivi com bons exemplos aqui e acolá.
Com resultados evidentes, de melhoria, de evolução, de estar no bom caminho... Pensei agora durante 30 segundos se ia contar este exemplo, por não querer dizer o nome do clube, por temer algum inconveniente...
É sempre mais fácil dar o exemplo do Barcelona, mas dizem-me muitas vezes que não é um bom exemplo porque é um clube rico, de outra dimensão, bla, bla, bla... Por isso que se lixe! Aqui vai: Há uns anos treinei os juniores do Paredes. Cheguei ao Clube a meio da época. Vi um Clube pobre, com pouquíssimos recursos, com uma equipa na II
Divisão mas com um orçamento muito mais baixo do que todos os outros Clubes, mas como uma IDEIA que era assumida por... Praticamente toda a gente (não era tudo perfeito como é obvio). Quando cheguei, aos poucos, fui pegando nos juniores que até ali eram treinados pelo treinador dos seniores. O Modelo de Jogo estava instituido, os
treinadores da Formação eram poucos e não eram Mourinhos, nem Fergusons, nem Wengers. Tinham algumas carências. Era uma das lacunas do DEPARTAMENTO DE FUTEBOL (aqui havia um Departamento só). Umas das soluções encontradas para alguns escalões foi inclusivamente optar por jogadores da equipa senior, aqueles com algum perfil. Ou seja, o essencial é que todos estavam IDENTIFICADOS com uma ideia de jogo, não era como a do Barça nem do Arsenal. Era a melhor ideia do Mundo porque era uma A IDEIA QUE SERVIA AO UNIÃO DE PAREDES. Foi talvez um dos melhor exemplos que já vi de CLUBE, até pelo facto de ser um Clube pequeno e com muito poucos recursos. Respirava-se ali um ambiente de VERDADEIRA UNIÃO. O balneário dos seniores era o balneário também dos juniores e de outros escalões. A porta de saída era a mesma. Todos os JOGADORES DO CLUBE se cruzavam. Os seniores conheciam os infantis, juvenis e os juniores. Mais Importante: Sempre que um jogador dos juniores ia treinar com os seniores, facto que era frequente até porque o plantel foi concebido curto para isso mesmo, não havia processo de integração. Porque só é preciso tal quando há um elemento estranho que é incorporado num sistema complexo. Ali não havia elementos estranhos. Quando faltava um defesa esquerdo era incorporado o dos juniores. Por vezes nem era dos mais talentosos, mas estava de tal forma identificado, que do corpo saí-lhe um jogo fluido, natural, que se encaixava na equipa senior perfeitamente. Nem era preciso o treinador estar mais centrado com aquele jogador pelo facto de ser "novo". Porque ele não era um jogador "de fora", era um jogador "à Paredes". Quando isso acontecia, tinha de trazer um dos juvenis aos juniores e... tudo igual. No final da época, o clube que já contava com 70% de jogadores da região, procurou passar a 90%, integrando mais 3 jogadores dos juniores (o Amaro, o Guedes e o Joel, que até tinha
entrado entretanto para a Universidade), reduzir ainda mais no orçamento a fatia dos seniores para fazer face a problemas financeiros do Clube e tentar melhorar ainda mais as condições da Formação. Na época seguinte a equipa senior desceu à III Divisão na última jornada e por diferença de golos no confronto directo. Muitas pessoas viram
nisso um fracasso do projecto, mas não era... Era para mim um risco natural que se tinha de aceitar... Outros objectivos primordiais estavam a ser atingidos: Sanear financeiramente o Clube, valorizando para isso activos (jogadores) que eram recursos do clube, continuar passo a passo a melhorar a qualidade da formação para tornar
sustentável esta filosofia. Isto é SUCESSO!!! O Clube pode voltar à II Divisão mais tarde, mas nessa altura de uma forma sólida, sem problemas financeiros, sem dívidas e atrasos nos vencimentos, com melhores treinadores em todos os escalões, que são pagos e querem continuar no clube, jogando até um futebol de qualidade superior em
todas as equipas, com um Modelo de Jogo e de Treino entretanto mais evoluído, com mais apoio dos sócios que têm no Clube o neto que joga nos Infantis, o filho do amigo que joga nos séniores e é treinador dos Escolas, o capitão que já está no Clube há 12 anos e que ele já conhece desde pequeno, com mais gente no estádio, com mais mística,
etc, etc... Mas isto só é válido para quem estiver disposto a apoiar a Ideia de Clube durante pelo menos 7 anos. Até lá é preciso acreditar, só vê progressos e sucesso quem entende. Depois disso basta olhar, já qualquer um vê o êxito e nessa altura as coisas tornam-se mais confortáveis, dão-nos mais crédito e espaço de manobra, resta continuar a renovar os objectivos e e enriquecer a NOSSA IDEIA.
Por isso, e para terminar, reforço: É POSSÍVEL.

Um abraço

Miguel Lopes

sexta-feira, 19 de março de 2010

Uma opinião

Mulher, um corpo intencional! Da atitude ao comportamento intencional…

Todas as equipas desejam jogar bem, pois sabem que ao jogar bem a vitória será mais facilmente alcançada.
O que é jogar bem? “Jogar bem consiste em realizar bem todos os movimentos” (Cruyff).
Mas que movimentos? Todos, inclusive, movimentos como jogar de calcanhar ou de trivela.

Então chegamos a outro patamar, o controlo do corpo. Sim, porque para realizar bem todos os movimentos devo ser capaz de controlar os graus de liberdade do meu corpo.
Mas este corpo e os movimentos que o jogador é capaz de realizar, só ganham significado se forem acções intencionais.
No entanto, o que ouvimos com regularidade por esses campos e balneários fora? “A equipa não teve atitude”, “é preciso garra”, “mais espírito de sacrifício”, ou seja, olha-se para o lado visível dos gestos, dos comportamentos, mas o jogo é muito mais do que isto.
O jogo é muito mais do que um movimento em si, desprovido de significado, o jogador decide ter determinado comportamento em função de alguma coisa, do contexto, dos colegas, das circunstâncias. E melhor será o jogador que melhor se adaptar às contingências do jogo.

Então para se jogar bem o jogador/equipa devem ter em conta determinados princípios que orientam as suas decisões no campo. Mas isto treina-se, isto é, “adquirir competências para que a intencionalidade seja adequada às necessidades circunstanciais que o jogo coloca é o objectivo do treino.” (Marisa Gomes)

Em busca de um Futebol (Feminino) de Qualidade!
Isabel Osório

quarta-feira, 3 de março de 2010

Não deixem que vos ponham as palas nos olhos



Que dirigentes e treinadores sejam eternos chorões e reclamem sempre das arbitragens é possível compreender. Mas, que a imprensa amplifique estas manhas é inaceitável.

Isto é estratégico, é certo. Mas a insistência permanente e enjoativa nestes assuntos estraga a vossa imagem, desgasta-a. Queixem-se do relvado como alguns fazem. Sejam criativos quando querem tirar as atenções dos vossos problemas.
Eu cá tenho a opinião que quem afunda o seu discurso nestas questões é porque sabe pouca mais para poder falar. Falemos de futebol.

terça-feira, 2 de março de 2010

Uma opinião

"Zanetti tem o hábito de ir ao ginásio uma vez por mês. Faz «leg press» com pesos abismais. Se não fizer isso, se houver alguém que lhe retire isso é claro que deixa de se sentir bem."
André Villas Boas

"Na Académica, sentimos a necessidade de arranjar um trabalho complementar para que os jogadores no fim do treino não se enfiem no ginásio"
André Villas Boas

A preocupação deixa de ser a Organização do jogar? Não, antes pelo contrário. Este tipo de preocupações ainda fortalece e protege o nosso trabalho. Porque certamente que vamos evitar ter um Zanetti desconfiado com o nosso trabalho, por exemplo.
Há desvios que seguramente se têm de fazer. O caminho não é feito de linhas rectas nem de percursos lineares, mas continua a ser o mesmo caminho com o mesmo sentido.
No caso concreto, há culturas a respeitar, há a confiança dos jogadores a conquistar quando pretendemos quebrar paradigmas. E disso não nos podemos esquecer.
O Processo é aquilo que se faz com regularidade: é o desenvolvimento de um jogar Específico assente numa Progressão Complexa orientada por uma Alternância Horizontal relativa entre cada jogo.

Rui Sá Lemos

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma questão pertinente

Que eventuais vantagens temos em jogar com os extremos trocados (trocados no sentido do pé mais forte)?

Utilizando o caso concreto do FC Porto como exemplo, que diferenciação há entre ter Varela na esquerda ou na direita?