terça-feira, 2 de março de 2010

Uma opinião

"Zanetti tem o hábito de ir ao ginásio uma vez por mês. Faz «leg press» com pesos abismais. Se não fizer isso, se houver alguém que lhe retire isso é claro que deixa de se sentir bem."
André Villas Boas

"Na Académica, sentimos a necessidade de arranjar um trabalho complementar para que os jogadores no fim do treino não se enfiem no ginásio"
André Villas Boas

A preocupação deixa de ser a Organização do jogar? Não, antes pelo contrário. Este tipo de preocupações ainda fortalece e protege o nosso trabalho. Porque certamente que vamos evitar ter um Zanetti desconfiado com o nosso trabalho, por exemplo.
Há desvios que seguramente se têm de fazer. O caminho não é feito de linhas rectas nem de percursos lineares, mas continua a ser o mesmo caminho com o mesmo sentido.
No caso concreto, há culturas a respeitar, há a confiança dos jogadores a conquistar quando pretendemos quebrar paradigmas. E disso não nos podemos esquecer.
O Processo é aquilo que se faz com regularidade: é o desenvolvimento de um jogar Específico assente numa Progressão Complexa orientada por uma Alternância Horizontal relativa entre cada jogo.

Rui Sá Lemos

3 comentários:

  1. Contexto, Solicitações do mesmo e o Primado do Processo são variantes e invariantes que têm que ser contempladas. Face a esta problemática tenho sentido dificuldade em julgar objectivamente o que vejo e a principal conclusão que retiro é: Não posso julgar sem estar por dentro conhecendo bem o Processo pois não sou eu que estou em determinado Contexto a Operacionalizar! Face ao desconhecimento de causa(lidade) que julgamentos fundamentados posso fazer?

    Nuno Faria

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  2. Por partes:
    1 - Subscrevo o comentário interior na medida em que todas as opiniões sobre determinada circunstância são sempre «tiros no escuro». Temos conversado várias vezes sobre o assunto, e só uma eventual - e impossível - transposição para a mente do treinador pode-nos fazer perceber (na totalidade) todas as ideias que estão subjacentes ao que decide fazer.

    2 - Porém, o problema levantado insere-se num panorama objectivamente decisivo: ser capaz de analisar os contextos, mudar o possível e adaptar-se quando necessário. Isto é transversal a tudo quanto incorra na equipa. Desde a operacionalização até à gestão de uma série de outros factores.

    3 - Particularmente, a referência às questões físicas. No paradigma vigente, essas capacidades foram sempre encaradas como determinantes, e sobretudo a maneira como eram(/são) potenciadas constitui-se muitas vezes uma autêntica barreira a quem veja as coisas de uma forma sistémica. Aquilo que quero dizer sobre esse assunto é que cada Treinador tem de ser inteligente, astuto, e perceber que uma cedência «aqui» pode implicar conquistas «ali». O importante é que cada um seja capaz de percepcionar e analisar estas relações e interacções que se vão sucedendo na equipa, para lucrar o mais possível.

    4 - Considero, por último, que a intenção do Rui com este post não foi fazer uma apreciação directa à opção que André Villas Boas tomou no seu contexto de operacionalização. Aquilo que o Rui quis chamar a atenção foi justamente para a necessidade de entender que é necessário sermos inteligentes, metódicos e perspicazes para condicionar o rendimento da nossa equipa para o melhor possível.

    5 - Sabendo sempre para onde se quer ir, as coisas tornam-se mais fáceis. Desde que a bússola esteja sempre activa, que ninguém se preocupe (ou até tenha vergonha) de fazer os desvios que achar necessário. Esta é a minha opinião.

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  3. Por partes:
    1 - Subscrevo o comentário interior na medida em que todas as opiniões sobre determinada circunstância são sempre «tiros no escuro». Temos conversado várias vezes sobre o assunto, e só uma eventual - e impossível - transposição para a mente do treinador pode-nos fazer perceber (na totalidade) todas as ideias que estão subjacentes ao que decide fazer.

    2 - Porém, o problema levantado insere-se num panorama objectivamente decisivo: ser capaz de analisar os contextos, mudar o possível e adaptar-se quando necessário. Isto é transversal a tudo quanto incorra na equipa. Desde a operacionalização até à gestão de uma série de outros factores.

    3 - Particularmente, a referência às questões físicas. No paradigma vigente, essas capacidades foram sempre encaradas como determinantes, e sobretudo a maneira como eram(/são) potenciadas constitui-se muitas vezes uma autêntica barreira a quem veja as coisas de uma forma sistémica. Aquilo que quero dizer sobre esse assunto é que cada Treinador tem de ser inteligente, astuto, e perceber que uma cedência «aqui» pode implicar conquistas «ali». O importante é que cada um seja capaz de percepcionar e analisar estas relações e interacções que se vão sucedendo na equipa, para lucrar o mais possível.

    4 - Considero, por último, que a intenção do Rui com este post não foi fazer uma apreciação directa à opção que André Villas Boas tomou no seu contexto de operacionalização. Aquilo que o Rui quis chamar a atenção foi justamente para a necessidade de entender que é necessário sermos inteligentes, metódicos e perspicazes para condicionar o rendimento da nossa equipa para o melhor possível.

    5 - Sabendo sempre para onde se quer ir, as coisas tornam-se mais fáceis. Desde que a bússola esteja sempre activa, que ninguém se preocupe (ou até tenha vergonha) de fazer os desvios que achar necessário. Esta é a minha opinião.

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